sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Top 2011 - Livros Lidos

Costumo dar a pontuação aos livros de acordo com a impressão que eles me dão. Não é por isso uma classificação rigorosa, pois eu não sou formada para tal; apenas gosto de opinar sobre aquilo que li e de os classificar dentro de uma escala de 0 a 7, que me permita organizar aquilo que vou lendo. No entanto, só nestes momentos, quando já passaram meses, é que conseguimos realmente saber quais aquelas obras que mais nos marcaram. Assim, decidi criar, em jeito de despedida do ano que passou, um "Top 2011 - Livros Lidos".

Para este ano tinha como objectivo ler cerca de 75 livros. Contudo, tal não foi possível e fiquei-me pelos 31. 

Deste pequeno número tenho a destacar aqueles que mais me marcaram:

1) As Crónicas do Gelo e do Fogo, de George R.Martin - sem dúvida que esta saga foi a descoberta do ano. Eles já existiam há muito tempo no mercado, mas como poupadinha que sou, fui sempre adiando, até que finalmente a minha madrinha me ofereceu o primeiro livro. Ocupou muitos dos meus dias deste ano de 2011, mas valeu a pena cada segundo. Destaco o nome dos meus volumes preferidos, "A Tormenta das Espadas" e "A Glória dos Traidores".

2) Millennium 1 - Os Homens que Odeiam as Mulheres, de Stieg Larson - o que mais me entristecesse  é que o autor tenha morrido, deixando-nos apenas com três volumes da saga. Este foi simplesmente um dos melhores policiais (poder-se-á classificá-lo assim...), que já li. Certamente que Larson tornar-se-ia na Agatha Christie  da actualidade... É um livro que recomendo vivamente para quem gosta do género.

3) O Sonho Celta, de Mário Vargas Llosa - Este foi um daqueles livros que deu prazer ler lentamente. Recheado de história sobre as colónias brasileiras e do Congo, e também sobre a luta pela independência da Irlanda. Um livro que nos informa e nos faz querer saber mais.

4)Comer, Orar e Amar, de Elizabeth Gilbert - como cliché ambulante que sou, não pude deixar de gostar de um livro como este. Cheio de clichés, mas perfeito na medida em que tudo começa mal e acaba bem. Fez-me querer ser como a autora, apesar de me ter passado essa vontade algumas semanas depois. Um livro que sem dúvida voltaria a ler, se tivesse mais do que uma vida.

5) O Rapaz dos Olhos Azuis, de Joanne Harris- pelo que percebi, lendo opiniões de outros leitores, ou se adora, ou se detesta este livro. Penso que isto se deve ao facto de ser tão diferente dos restantes livros "apetitosos" da autora, e também por ter um enredo não muito claro. Eu adorei e espero que a autora continue a evoluir, para nos continuar a surpreender. 

E este foi o meu pequenino Top de 2011. Espero que para o ano seja maior!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Feliz 2012!


Quando olho para os doze meses do ano, que passaram a voar, penso naquilo de bom que eles me trouxeram:

As pequenas férias nas Astúrias, onde vi lindas paisagens que espero um dia voltar a visitar; a viagem a Itália com o meu namorado, primeira de muitas (espero…); a minha família, que se manteve saudável e unida, apesar de todas as pequenas discussões; os amigos, que sempre estiveram perto, e aos quais se juntaram mais alguns; a universidade, que apesar do trabalho que me dá, vai correndo bem; os meus queridos animais, que, apesar de um pequeno susto, continuam a fazer me companhia e me aquecem neste tempo frio de Inverno; as idas ao cinema, que apesar da crise continuam a acontecer (embora o bilhete esteja a ficar puxadote!); etc etc etc.

Quanto ao blog, continuo a espantar-me com o facto de ele ainda existir, pois nunca fui de levar algo até ao fim. É por isso com manifesta satisfação que admiro aquilo, que juntamente com o Luís Azevedo, tenho conseguido fazer. Contudo, ainda há um milhão de coisas que desejo fazer para tornar o Baú dos Livros melhor e maior:

- Tenho que começar a treinar a minha escrita, porque sei que estou longe de ser uma boa escritora;

- Tenho de criar hábitos de leitura, que me permitam conseguir ter tempo para ler, mesmo em época de exames;

- Desejo ler mais livros do que este ano (depende do objectivo anterior);

- Pretendo fazer mais passatempos, e se possível encontrar outros Bloggers, ou mesmo editoras, que queiram colaborar com o Baú dos Livros;

- Abordar temas de discussão referentes ao mundo da literatura;

- Agradar a mais pessoas!

Com todos estes desejos, resta-me apenas agradecer ao ano que passou e desejar que 2012 seja um ano igualmente bom, ou ainda melhor!
 

Um Feliz Ano Novo para todos vocês!



Enid


Há alguns dias atrás, vi por acaso um filme intitulado de "Enid". Realizado pela BBC, retrata a vida da escritora Enid Blyton. Não pude deixar de me sentir espantada, pois não fazia a mais pálida ideia de que esta autora, capaz de criar livros tão inocentes e sem maldade, pudesse ser na sua vida privada uma pessoa tão fraca!

Não sei até que ponto o filme será inspirado na realidade, mas tratando-se da BBC, penso que não iriam denegrir de propósito a reputação de uma das mais famosas escritoras do Reino Unido.

Recomendo este filme, para quem, como eu é fã da autora.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Prendinhas Literárias

Bom dia! Mais um Natal que passou...
Espero que tudo tenha corrido bem com vocês.

Este ano recebi alguns livros, embora não tantos como o costume, mas aqui vai:








Do último autor nunca li nada. Espero gostar! :)



sábado, 24 de dezembro de 2011

"O Crime do Padre Amaro" - Eça de Queirós


Mais do que um simples romance, esta foi a primeira obra do movimento realista a ser escrita por um autor português. Alvo de várias críticas pela Igreja Católica, “O Crime do Padre Amaro”, publicado em 1875, foi escrito em jeito de crítica social, descrevendo o ridículo no qual caiu toda a comunidade católica, desde o padre até à mais santa beata.
A obra retracta a chegada a Leiria de Amaro, padre por obrigação e não por vocação. Amaro cedo se estabelece como pároco popular e dono do coração da menina Amélia. Ambos vão estar em constante confronto com as suas emoções, devido às regras que a Igreja lhes impõe. No entanto, este trágico romance floresce entre os dois e no final acabam por ser confrontados pelas consequências.

Achei a este livro muito diferente da “Casa de Ramires” e com um estilo semelhante àquele que encontramos em “Os Maias”. É uma obra que, apesar de já ter sido escrita há décadas, continua a despertar o interesse nas gerações mais recentes. (5/7)

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More than a mere romance, this was the first work classified as being part of the realist movement to be written by a Portuguese author. Target of criticism by the Catholic Church, "The Crime of Padre Amaro", published in 1875, was written to criticize and to descrive the ridicule in which the entire Catholic community fell, from the priest to the most holy blessed.

The work portrays the arrival of Father Amaro to the city of Leiria. Father by obligation and not by vocation, Amaro soon establishes himself as pastor and owner of the popular girl's heart Amelia. Both will be in constant confrontation with their emotions, due to the rules that the Church imposes on them. However, this tragic romance florishes between the two of them and they end up having to  suffer the consequences.

I found this book very different from the "A Ilustre Casa de Ramires" and with a style similar to the one i found in " Os Maias ". It's a work that, despite having been written decades ago, continues to spark interest in more the recent generations. (5/7)

Um Feliz Natal !


A Equipa do Baú dos Livros deseja-lhe um Feliz Natal cheio de alegria, saúde e algumas prendinhas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ler hoje em dia...


Num destes dias, ao jantar, eu, o meu irmão e os meus pais estávamos a conversar acerca de como a mentalidade dos jovens tem vindo a deteriorar-se e nessa conversa o meu irmão disse:
“- Na minha turma sou dos poucos que já leu um livro!”

Não fiquei espantada. Depois do ano que passei a ajudar os meus pais no trabalho, onde se lida diariamente com muitos jovens, apercebi-me de que são raros aqueles que se interessam por algo mais do que a sua roupa, o seu telemóvel ou o que os outros pensam deles. Assim como a boa educação, ler está fora de moda e, como tal, não é um hábito que “fique bem”. 

Com cada vez mais editoras no mercado, mais autores por onde escolher e preços cada vez mais altos, não sei o que irá acontecer; ou se dá uma grande reviravolta no mundo do livro e na própria sociedade, ou então esse mundo estará condenado com a chegada da crise, que deixou de ser apenas monetária, e passou a ser também de valores. 

“Antigamente…” diziam os meus pais, “…toda a gente lia livros. Não havia mais nada para fazer…”. Mas será que os jovens de hoje são assim tão ocupados? 


domingo, 18 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vamos para Casa (Diários de John Green)

12º Lugar em Popularidade na Kindle Store



Vamos para Casa é o primeiro livro de um jovem autor português. Este volume é o primeiro de uma trilogia que conta a história de John Green, patriarca de uma família burguesa. 

Esta história passa-se em qualquer lado, em qualquer lugar.

Excerto:

John Green, mesmo a pessoa que eu queria encontrar, já ouvi dizer que recebeste excelente na tua dissertação, qual era a tua tese de doutoramento outra vez, algo como Artes Magistrais Modernas e o seu uso na sociedade, certo, pois bem, só te queria felicitar, receberes tão alta distinção é digno de se louvar, Viste a apresentação, Estava na primeira fila a absorver tudo o que estavas a dizer como uma esponja, infelizmente fui chamado à secretaria por causa dum problema que surgiu na minha própria tese, ou seja, só vi até à parte em que exibiste o livro para a plateia e júri, posso dizer que foi o que me levou a procurar-te, acho que ainda não me apresentei, sou Jason Toflam, aluno de Engenharias Alternativas, Já ouvi falar de ti, és o tal que o ano passado apresentou um carro que anda sem a ajuda de humanos, Sim, esse mesmo, Parabéns pelo projecto, apreciei bastante e chegou a intrigar-me como conseguiste fazer, mas pouco depois consegui perceber, a tua ideia foi genial, como se diz, simples e eficaz, Obrigado, amigo, parece que temos uma coisa em comum, o respeito e a apreciação mútua, mas agora outra questão se levanta, precisamos da tua ajuda, Precisamos, Sim, desculpa, precisamos, não sou só eu, faço parte dum grupo aqui da universidade que já há algum tempo que estuda o que tu apresentaste hoje, como tu, também encontrámos o livro, mas nunca conseguimos chegar às conclusões a que tu chegaste, é por isso que nos tens de ajudar e ingressar na nossa associação, há coisas que tu ainda não sabes sobre esse livro e do seu verdadeiro poder, Porque não me abordaste antes, o tempo que eu perdi ao tentar decifrá-lo podia ter sido reduzido a metade, Não sabíamos que o tinhas encontrado e que o estavas a estudar, sinto-me um pouco envergonhado por dizer isto, mas nós tínhamos o livro em nossa posse, mas um certo dia perdemo-lo misteriosamente, não fazíamos ideia onde estava, o que nos safou foram as cópias que fizemos, apesar de rudimentares deram-nos espaço de análise, mas nunca imaginámos que voltasse para a biblioteca da universidade, Não digo já que vos ajudo, mas estou com curiosidade em saber das descobertas que fizeram.

John Green e Jason Toflam movimentam-se por entre os corredores da Faculdade de Ciências da Universidade de Algovian em direcção a uma sala, precedida por uma porta com uma tableta em que se pode ler Clube de Teologia, Green achou o facto estranho, Toflam apercebe-se da relutância do novo companheiro e desculpa-se com o facto de ter sido a única sala disponibilizada pelos órgãos da Universidade, visto que em milhares de alunos, nenhum mostrou interesse em ingressar nos moldes da religião. Toflam abre a porta, esta range como qualquer boa porta que se preze. Aliás, o rangido é digno de uma história de terror, em que as personagens se encontram num profundo silêncio a tentar fugir, regra geral, dum monstro que simplesmente se recusa a morrer e que ao passar de um quarto para o outro, a maldita porta teima em chiar, fazendo com que todos morram. O futuro Duque, lembra-se em particular, duma cena de um filme que viu há pouco tempo e não consegue deixar de achar piada ao facto de realmente ser verdade. Se, por obra do destino, se encontrasse a fugir ou esconder-se de algo ou alguém, a última coisa que faria seria abrir uma porta, pois esta, inevitavelmente, iria gemer revelando a sua posição, fazendo com que o seu destino ficasse traçado. Jason, com uma certa dificuldade, abre a porta. 


Para os interessados nesta obra, este é o link onde o podem adquirir, por 0,86£:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bananas (1971)


O filme Bananas, de 1971 falha em vários aspectos, desde a montagem ao ritmo; do argumento rebuscado aos fracos actores secundários. No que que não falha, contudo, é no poder de fazer rir, ora com humor inteligente ora com slapstick mais rudimentar. Woody Allen nunca foi mais engraçado.

Ao ver este filme não pude deixar de pensar no And Now for Something Completely Diferent dos Monty Python. Pelos piores e melhores motivos: O argumento parece apenas uma estrutura provisória, prestes a colapsar. Vigas de madeira carcomida – vulgo, a história de uma cobaia para produtos tecnológicos (Fielding Mellish, interpretado por Woody Allen) que se torna o presidente de um país fictício na América do Sul – a suportar a mais fina e cara porcelana – alguns dos melhores sketches cómicos de que há memória. Como no filme dos Monty Python, é palpável a falta uma história coerente que ajude a interlaçar os momentos cómicos (aka 99% do filme – não me perguntem como cheguei a este número).

O cinema cómico de Woody Allen atingiu o pico em Annie Hall. Até lá, houve um crescendo estrutural (à falta de melhor palavra para descrever a coerência do argumento) e cómico (aqui a palavra certa). Depois de Annie Hall, Woody Allen continuou a aprimorar o aspecto formal mas o lado cómico foi-se perdendo com os anos. Se Bukowski ainda fosse vivo, e não menosprezasse totalmente Hollywood e os seus intervenientes, e tivesse visto a maioria dos filmes de Woody Allen, e quisesse fazer uma apreciação crítica e… bem, se todas as condições se materializassem, Bukowski provavelmente reciclaria uma frase sua, “As the spirit wanes the form appears”. (qualquer coisa como, quando o espírito desvanece a estrutura aparece) 

Se nos abstrairmos dessa falta de estrutura inicial, desculpável a um aprendiz de realizador, Woody proporciona-nos momentos como só os maiores da comédia conseguem. Numa cena que marca o aparecimento da figura recorrente do psiquiatra nos seus filmes, Fielding Mellish, deitado no sofá da praxe começa a divagar sobre a sua infância com tiradas que parecem saídas directamente do seu stand-up. Mellish conta como costumava esfregar os dedos nas partes porcas de uma revista pornográfica em braille ou como os pais apenas lhe tinham batido uma vez enquanto criança. Começaram a 23 de Dezembro de 1942 e pararam no final da Primavera de ’44. Nessa mesma sequência, aparece a reconstituição hilariante de um dos sonhos recorrentes de Mellish que só pode ser descrito usando o chavão “só visto”!



domingo, 27 de novembro de 2011

Querido Pai Natal...

Este Natal só peço livros e há alguns que já andam na mira há algum tempo:

(Versão Pocket)

 (Adoro os Livros desta autora e estou curiosa para ler este novo.)


(Espero que a autora continue e surpreender pela positiva, ao contrário do que a série tem vindo a fazer)


(Nunca li nada desta autora. No entanto, pareceu-me ser interessante.)

(Estou mesmo muito curiosa para saber o que acontece!)

Queridos Seguidores,

Como devem ter reparado o blog tem andado bastante parado. A verdade é que este ano lectivo em nada se assemelha ao anterior; tenho constantemente trabalhos para entregar, testes, aulas extra, estágios e nenhum tempo para ler livros. Tenho uma lista enorme de livros que quero ler, mas infelizmente não tenho tempo para o fazer. 

Relativamente ao concurso dos contos, o vencedor será anunciado em Dezembro, fiquem a aguardar. 

Agradeço a vossa compreensão, e tentarei o mais rapidamente possível retomar os meus hábitos de leitura e de escrita no Baú dos Livros. 

Atenciosamente, 
Alu

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Top 10 do Luís - Séries Favoritas PARTE II

A segunda parte do meu ansiado TOP 10

5º Boardwalk Empire – Ouvi falar desta série num episódio do Conan O'Brien. Desde esse dia que passou automáticamente para o meu Top 10. Scorcese + Máfia + Steve Buschemi + Michael Shannon + Kelly McDonald + Michael Pitt + Marcia Gay Harden = Uma das melhores séries que já vi.

4º Seinfeld – Esquecendo por momentos que Seinfeld é a melhor e mais popular sitcom de sempre, um dos motivos que me levam a colocá-la no topo das minhas preferências é a sua  repetibilidade. Ver Seinfeld é como ouvir as minhas músicas preferidas. Vezes e vezes sem conta até me fartar por algum tempo (isto acontece raras vezes) e voltar a ver pouco depois. 


3º  Sete Palmos de Terra ("Six Feet Under") - Comecei a ver este série com 14/15 anos mas acabei por desistir. Era demasiado dramática. Tinha cenas gays. Uns anos mais tarde voltei a vê-la e a revê-la e a revê-la. Não deixou de ser dramática e as cenas gays ainda lá estavam, mas uns anos a mais fizeram a diferença entre não gostar e ficar reverente face a uma das melhores criações de Allan Ball e da HBO. Daqui a uns anos volto a dar uma oportunidade ao Transformers 3.



2º Irmãos de Armas (“Band of Brothers”) – Sabem qual é o maior ser vivo do mundo? Pensem lá... Elefante? Baleia? Cachalote? ... Acabou o tempo. A resposta certa é Armillaria ostoyae. Com 8.9km² é de longe o maior ser vivo à face da Terra. Esta resposta é improvável. Um elefante parece enorme. Uma baleia parecer maior. É difícil alguém pensar que um conjunto de cogumelos minúsculos faz parte de algo incomensuravelmente maior que 50 desses animais juntos. É por isso que quando me perguntam qual é a melhor personagem de sempre, pode parecer estranho que eu responda: a Easy Company.

Em Irmãos de armas não há uma personagem principal clássica. Dick Winters é quem mais tem relevo e praticamente desaparece cinco episódios volvidos. Ficamos a conhecer Bill Garniere (old gonorrhea), Joe Toye, Buck, The Bull, Perconte, Sobel e muitos muitos mais. Vi a série três vezes e não me lembro de metade dos seus nomes mas, se lhes visse a cara neste momento, provavelmente lembrar-me-ia de um episódio ou de uma cena ou de um diálogo.
Sei que vão ficar sempre comigo (se o Alzheimer não se intrometer) cenas desta série.O grito Currahee, a corrida de Spears pelas linhas inimigas, o primeiro tiro do Winters no rapaz polaco, o ultimate own do Winters ao Sobel; e principalmente as palavras finais do episódio dez (que não irei privar ninguém de as ouvir pela primeira vez, para que possam chorar baba e ranho como eu de cada vez que as oiço). São cenas que não dirão nada a quem nunca viu a série mas que certamente porão um sorriso nos lábios a quem se lembre delas.



1º Os Sopranos (“The Sopranos”) – O Padrinho na televisão! Não poderia haver maior elogio. Foram seis temporadas em que a família Soprano me entrou primeiro pela televisão e depois pelo computador.
Foi-me impossível ficar indiferente ao carisma de Tony, à sua família e à sua outra família. Um mafioso psicopata que entre prostitutas, drogas e assassinatos arranja tempo para ir à psiquiatra. Imperdível.


sábado, 5 de novembro de 2011

"Memórias de uma Gueixa" - Arthur Golden

Arthur Golden, historiador especializado em arte japonesa, criou com este romance uma janela para uma época onde as gueixas reinavam no Japão.

Este bestseller narra a triste vida de Chiyo e de como esta consegue tornar-se numa das mais famosas gueixas de todo o Japão, abdicando de muitos sonhos e perdendo quase tudo na vida. 

Apesar de ser uma história de ficção, Arthur Golden consegue fazer-nos penetrar num mundo que nos parece real e simultaneamente tão diferente do nosso; com crenças e costumes que em nada se assemelham aquilo que esperaríamos encontrar, numa época semelhante, no nosso velho continente europeu.

Muita gente ainda pensa que as gueixas não eram nada mais do que prostitutas “chiques”. Também eu o pensava, até ler as “Memórias de uma Gueixa” e entender que há muito mais por detrás do conceito de gueixa e de toda a cultura japonesa. 

Gostei muito desta obra, porque já há algum tempo que acho o povo japonês bastante curioso. Encaram a vida de forma tão diferente da nossa maneira ocidental, que realmente me fascina. Um exemplo desta diferença tão acentuada esteve realmente em evidência na calma que demonstraram, quando ocorreu o trágico sismo e tsunami. 

Este livro não foi mais do que um pequeno vislumbre daquilo que define este povo, mas ainda assim foi um bela vislumbre. (5/7)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Top 10 do Luís - Séries Favoritas


Este fim-de-semana decidi copiar a Luísa e o seu top 10! Decidi que vou copiar todas os temas que ela escolher (por favor não te lembres de fazer um top 10 de cosmética, ou terei de tornar público o meu lado mais feminino) e dar o meu parecer sobre o tema com o meu top.
É difícil escolher só dez séries. Vejo séries desde que me lembro - o que é maior testemunho da minha fraca memória do que da antiguidade deste hábito. Não comecei por ver grandes séries. Lembro-me de uma série de um wrestler chamado "Cry Baby" passar às oito e meia na RTP2 (antes da abreviação para o epíteto incomparavelmente mais apelativo: "2"). As memórias melhoram quando me lembro que foi nesse horário que vi Friends ou Simpsons, mas fluctuam quando penso em Dharma and Greg ou Sabrina: A Bruxinha Adolescente.
Quando convenci os meus pais a deixarem-me ficar a pé depois do Vitinho (versão old school dos Patinhos), comecei a ver grandes séries. Às 22:45, se a memória não me falha, começaram a passar alternadamente pérolas como Dexter, Os Sopranos, Sete Palmos de Terra e outras menos épicas, mas que igualmente me faziam reservar uma hora todos os dias Anatomia de Grey, Ossos, Sobrenatural, Fringe, E.R., Anjo Negro(blherg!).

Foi com a Internet que comecei a tornar-me snob. Achei-me bom demais para algumas séries; achei outras más de mais. Comecei a ver um ou dois episódios e a desistir delas, porque sabia que tinha um poço sem fundo por onde escolher. Mesmo assim, ainda hoje algumas das minhas séries favoritas foram as que comecei a ver na televisão que agora está a ganhar pó.
Depois desta introdução, fica aqui o meu top 10. 
 

Top 10 da Luísa - Séries Favoritas


Este fim-de-semana decidi começar um novo costume aqui no Blog - O TOP 10!

Neste primeiro post escolhi falar das minhas dez séries televisivas favoritas:

 
1º Sete Palmos de Terra (“Six Feet Under”) – Criada por Alan Ball, esta série dramática acompanha a vida de uma família que gere uma empresa funerária.  Por si só, isto seria o bastante para tornar “Six Feet Under” invulgar, mas esta série televisiva é muito mais do que isso. Ainda hoje a morte é um assunto que me assusta (A QUEM É QUE NÃO  ASSUSTA?!),mas depois de vermo esta série ficamos com uma sensação de calma e sentimos que entendemos melhor a morte; passamos a encará-la de forma diferente. Estaria por isso a mentir se dissesse que esta série não mudou em nada o meu mundo; foi definitivamente a série televisiva que mais me fez pensar e mudar a minha maneira de aceitar a morte como algo natural, e não como aquele bicho feio de sete cabeças. 


2º Foi assim que Aconteceu (“How I met Your Mother”) – Simplesmente a minha sitcom favorita. Faz-nos desejar ter aqueles amigos, que fazem a vida parecer tão simples. E mesmo que não seja essa a realidade que nos rodeia, não podemos deixar de pensar que não importa, desde que possamos vê-los na TV.

3º Guerra dos Tronos (“Game of Thrones”) – Inspirada nas “Crónicas do Gelo e do Fogo” do escritor George R.R. Martin, é a melhor série que já vi na categoria do Fantástico. Até agora tem feito jus à sua versão literária, que é igualmente MUITO boa e viciante.


4º Sangue Fresco (aka “True Blood”) – Já estive mais apaixonada pela série. A verdade é que as duas últimas temporadas têm-me surpreendido pela negativa. No entanto, adorei as duas primeiras. Inspirada nos romances de Charlaine Harris, "Sangue Fresco" narra a história de Sookie, uma empregada de balcão com o poder telepático de ler mentes, excepto mentes de vampiros. Pois! Porque nesta série os vampiros finalmente resolveram integrar-se na civilização humana. 


5º Sexo e a Cidade (aka “Sex and the City”) – Detesto os filmes, mas adoro a série. Representa aquilo que eu nunca na vida conseguiria ser (uma pêga?). No entanto, não deixa de me fazer rir, principalmente com a Samantha Jones (Kim Cattrall) que é sem dúvida a melhor personagem da série.


6º The Walking Dead – E se todos os seres humanos que te são queridos fossem infectados por um vírus mortal que, ainda para mais, os transformava em zombies? Será que farias parte dos sobreviventes? Ou será que eras o primeiro a sucumbir? É uma história que já está um pouco batida, mas penso que a versão do pequeno ecrã foi muito bem conseguida.

7º Misfits – À primeira vista e, avaliando pelo genérico, não passa de uma série de segunda categoria. Ups! Afinal não! É apenas uma série britânica (daí a falta de efeitos especiais em condições). Uma cidade é afectada por uma tempestade fora do normal, e os seus habitantes são afectados de um modo muito invulgar – ganham superpoderes. Gosto da ideia, gosto da história e gosto do humor.


8º OC ("OC- Na Terra dos Ricos") - Não é uma série espectacular, mas foi uma série que acompanhei com alguma ansiedade durante a minha adolescência e sem dúvida que deixou marcas. Além disso, só pelo simples facto de matarem uma das personagens principais vale a pena dar uma olhadela.


9º Anatomia de Grey (“Grey’s Anatomy") – Outra série que já teve melhores dias, mas que me prendeu durante muitas horas em frente ao ecrã.


10º Dr. House (House MD) – Que posso dizer? Gosto do Homem!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Salvador"

por Andreia Silva,
24 anos


O dia estava a chegar ao fim. Estava naquela hora em que a noite ainda não chegou e o dia ainda não foi embora. Aquele Outono chegou com cara de inverno. Contrastando com os dias anteriores, a chuva nesse dia não fez questão de aparecer, dando lugar ao sol e consequentemente ao frio. Mas ela sempre preferira o frio de rachar, preferencialmente pintado de branco, à chuva, que era incomodativa. 

Tirou da bolsa as luvas guardadas desde que o sol lhe começara a aquecer as mãos, mas agora que esse tinha ido embora, não as podia dispensar. Em tempos, quando andava com o coração a ferver e em chamas, não se importava com as temperaturas negativas a tocar-lhe as mãos. Mas agora não, o calor, perdeu-o todo, naquela tarde fatídica de Junho quando uma onda, uma simples onda, levou uma parte integrante de si, um ramo do seu tronco, o calor inflamado que fazia arder o coração e as mãos. E agora tinha de usar luvas. E ela que nunca tinha gostado de luvas. 

Começou a sua caminhada habitual pelas ruas tão conhecidas, até casa. O percurso era tão rotineiro que nem precisava de pensar. Os pés quase que iam sozinhos. E ultimamente era assim. Ela limitava-se a ir para onde os pés a levavam. Se eles, num instante, não mexessem mais, ela fazia-lhes a vontade e parava onde quer que estivessem. O mundo já não fazia sentido. Mesmo com toda a gente sempre do lado dela, a mãe, os amigos, até os colegas de trabalho para quem nunca tinha falado, lhe vinham dizer que podia contar com eles. Mas ela já não se sentia parte deste mundo. Só queria viver o mais rápido possível para voltar a ter o calor de volta ao seu coração. 2
Entrou em casa e encontrou a mãe e o “sobrinho”, como apelidava o menino de quem a mãe tomava conta desde que era um bebe. E este encontro tinha-se tornado habitual nos últimos tempos. Por esse hábito já considerado rotineiro, não percebeu de imediato que algo se passava. O pequeno reguila não fez jus ao nome e, não veio a alta velocidade agarrar-se às suas pernas e averiguar se haveria algum presente para ele, escondido entre as coisas dela. Ao invés disso estava num estado completamente apático a olhar para a parede. Procurou a mãe pela casa toda, até que a foi achar na varanda agarrada ao telemóvel com uma cara capaz de assustar um morto.

- … mas olhe, assim que souber de mais alguma novidade, peço-lhe que me telefone. O Salvador está muito assustado. Obrigada. Com licença.

- Mãe, que é que se passa? E não tentes dizer que está tudo bem e que não é nada para me poupar, porque está visto que aguento com qualquer coisa.

- É que…a Vera vinha hoje mais cedo buscar o Salvador para irem passear e… nós estávamos na porta a vê-la chegar e… devias ver o sorriso dele, estava tão feliz, mas depois…

- Depois o quê? Mãe, diz-me por favor o que se está a passar!

- … depois veio um carro que não a viu ou viu mas não consegui travar, olha não sei… a Vera foi atropelada e o Salvador assistiu a tudo.

Ela queria dizer tudo, queria dizer alguma coisa que fosse, mas nada lhe saia. Só conseguia pensar no pequeno reguila e no que ia ser dele sem aquela mãe, já que pai nunca soube o que era. Tinha três mães, uma mais mãe, como ele dizia sempre. 3

- A Vera… morreu?

- Não, mas o estado é considerado muito grave. Não se sabe se irá sobreviver!

Ela correu para a sala e encontrou-o no mesmo estado. Estado que ela conhecia tão bem, infelizmente! Estado de quem não sabe como viver daqui para a frente, estado de quem reza para que tudo o que está a acontecer seja um pesadelo e que o despertador toque o mais rápido possível. Tinha medo de falar, não sabia se ele quereria estar sozinho, mas uma criança do alto dos seus cinco anos não deveria ter que conhecer a palavra solidão.

- Então pequenino?! A mãe vai ficar boa, pensa que sim e isso vai acontecer. Sabes que ela não gosta de te ver triste.

- A culpa foi minha! Eu pedi-lhe tanto para irmos passear. Ela vai embora… para o céu?

E nesse instante fez o que ainda não tinha conseguido: chorar. Chorar como choram as crianças de cinco anos quando percebem que perderam para sempre alguém que amavam, chorar como choram as crianças de cinco anos quando se sentem desprotegidos porque lhes roubaram a capa de protecção e mataram o seu super herói. Amarrou-se a ela e ela deixou-o ficar o tempo que ele quis. Nem tinha reparado na mãe, encostada à porta, à espera do momento certo para entrar, se é que naquela altura, havia um momento certo que fosse, para o que iria acontecer. 4

- Ah mãe, estás aí! Coitadinho, adormeceu de tanto cansaço. É bom que ele durma. Assim enquanto dorme tem sonhos bonitos. Já ligaram do hospital? Há novidades? Que cara é essa?

- A Vera não resistiu aos ferimentos…

E agora ela também chorava, não tanto pela Vera, com quem poucas vezes se tinha cruzado, mas por aquele menino que ia ter uma mudança tão grande na sua pequena vida. E ela sabia tão bem, demasiadamente bem o que era perder alguém assim, desta maneira, por nada e do nada. E ninguém merecia ter essa dor tão intensa escrita nas páginas da vida, muito menos num caderno que ainda mal tinha estreado.

Com a agitação que elas fizeram, Salvador despertou.

- Vocês também estão tristes?

- Salvador, olha para mim. Tenho que te dizer uma coisa, mas quero que saibas que nunca vais ficar sozinho, eu vou estar sempre aqui para ti e nunca te vou abandonar. A tua mãe vai gostar sempre de ti, sempre, e vai olhar sempre por ti e vai fazer com que tu sejas muito feliz. E tu podes continuar a gostar dela da mesma maneira. Porque ela lá de cima, do céu, vai sentir isso. Está bem pequenino?

Ele acenou com a cabeça, como se o sono o tivesse feito compreender essa parte, de que a mãe não o queria ver triste, de que a mãe apenas o queria feliz e que, onde ela estivesse, iria para sempre gostar dele e guiá-lo no melhor caminho, e abraçou-se a ela. A mãe dela tinha lágrimas nos olhos pois sabia que o ela sabia o que Salvador estava sentir e que se revia naquele menino. Reviam-se na dor um do outro e era isso que os unia.

- Tu não tens filhos pois não?

- … tenho Salvador, mas já não está cá.

- Também foi para o céu?

- Foi.

- Podes ser a minha nova mãe?

Foi a partir desta inocente pergunta, sem qualquer intenção que se sobrepusesse à intenção de querer uma mãe, que tudo mudou. Ela nunca tinha pensado nessa possibilidade nem em pensamentos remotos, nem com Salvador, ou qualquer outra criança. Para ela não havia mais nenhuma razão para se levantar de manhã, além de ter um coração ainda a bater no peito. Perante falta de qualquer resposta, Salvador, apenas a abraçou revelando que naquele dia, deixara de ser uma criança que pensava com cabeça de cinco anos.

- Não fiques triste! Eu não fico triste se não quiseres ou se não puderes ser a minha nova mãe.

- Oh pequenino… eu gostava muito de ser tua mãe.

- A sério? Achas que a minha mãe fica zangada comigo?

- A única coisa que ela iria querer era que tu estivesses feliz. Acima de qualquer coisa, ela vai ser sempre a tua mãe. Nunca ninguém vai ocupar o lugar dela.
 
E a partir daqui, ela e o pequeno reguila viveram lado a lado e redescobriram que a vida nos leva por caminhos mal traçados e até mesmo tortos, com muito sofrimento em todas as paragens, mas que na meta há sempre um letreiro a dizer: bem-vindo à felicidade. 

No dia da oficialização da custódia do Salvador, atribuída a ela, foram correr para a praia, libertar toda a alegria e deixá-la fluir pela natureza. O Salvador tinha dito que queria gritar tanto para o som poder chegar à mãe, e ela ficar a saber “que tenho uma nova mãe, mas que ela vai ser sempre a mais mãe”. Estafados deitaram-se numa duna. 

- Vou passar a chamar-te Sal!

- Sal? Mas isso não é o que pões no arroz e quando pões muito o arroz fica muito salgado e dá muita sede? 

- Sim… É como tu! Deste um novo gosto à minha vida e dás – me muita sede de viver!