quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Regresso à Terra do Nunca


Todas noites, antes de ir dormir, desde há dois anos atrás, ponho a passar na minha velha PS2 o filme "Peter Pan e o Regresso à Terra do Nunca"; sei as falas de trás para a frente e de frente para trás. Porquê? Não é um filme com um enredo espectacular, nem se quer é o melhor filme da Disney! A verdade é que o significado que tinha no início foi mudando; a forma como eu interpretava a história e a comparava com a minha vida, foi evoluindo - as personagens foram substituídas e o enredo redireccionado. Hoje já não sei se o faço por hábito, ou por medo de que se não vir o filme antes de ir dormir, pelo menos uma vez por semana, as coisas vão voltar a ser como eram.

Penso em como tudo em mim é efémero. Em como tenho "memória curta". Na realidade não se trata de ter memória curta, mas antes de ter uma vontade constante de nunca parar, de nunca me contentar; de estar sempre em constante mudança. É como se estivesse sempre a fugir de alguma coisa, que me tenta aprisionar, acabando por me aprisionar a mim mesma nessa necessidade de continuar sempre com pressa de viver. 



Gostava de poder sentir novamente a calma e a segurança que um simples filme me dava, mas o efeito já não é o mesmo. Já não preciso dele, mas não sei como o substituir.



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