segunda-feira, 26 de junho de 2017

"A Bela e o Monstro" (2017) - Bill Condon

Finalmente arranjei um tempinho para ver o live-action do clássico de animação "A Bela e o Monstro". 

Gosto muito da Hermione...ups! Da Emma Watson, não só pelo seu trabalho enquanto activista, mas também como actriz. Recentemente vi o "Colonia" e recomendo, para quem se interessar pela história ditatorial do Chile. 

A personagem de Belle, uma rapariga que adora livros e se recusa a viver de acordo com os regras de uma sociedade pouco tolerante, encaixa-lhe como uma luva! 

No filme original de animação a paixão de Belle pelos livros faz com que achemos que ela realmente deve ser mais inteligente que a média. No entanto, acaba simplesmente casada com um príncipe. Não percebemos nunca o porquê, uma vez que eles não tem muito em comum (e aqui há a eterna piada do síndrome de Estocolmo). Nesta versão, nota-se que houve uma preocupação em passar alguma coerência aos diálogos. São as subtis mudanças nas falas que tornam a personagem de Watson realmente independente e a relação com o "monstro" realista e realmente presente. O interesse pela literatura é partilhado e uma história de família semelhante serve para estabelecer alguma forma de ligação emocional entre as duas personagens. 

No entanto, como em todos os filmes, existem coisas que não correm muito bem. Para além do óbvio autotune aplicado (pelo menos) à voz de Emma Watson, o estarem a transformar Lefou, o melhor amigo do vilão Gaston, num palhacinho efeminado, que no final se assume como homossexual parece-me simplesmente demasiado forçado e baseado em estereótipos. Ok, o mundo está cada vez mais tolerante (gosto de pensar) e não interessa a orientação sexual de cada um, mas ao criarem uma personagem gay onde ela supostamente não existia, só para tornar o filme mais "actual", só serve para acentuar ainda mais diferenças, onde elas não deveriam existir. 

Tirando essas pequenas nuances, este é um filme que nos leva de regresso à nossa infância e transforma Belle na feminista assumida, que desde sempre deveria ter sido! 

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